sexta-feira, 5 de abril de 2013

Que seja o ópio, mas para o bem


Utilizando o gerúndio do verbo ler podemos formular frases como: Estou lendo um livro. Mas não são muitos os que as fazem, pois mesmo no século XXI a leitura se apresenta distante, assim como o ato de escrever. Inicialmente com caráter pictográfico, a escrita se mostrou em crescente modificação. E junto a ela, a interpretação das informações caracterizou-se um benefício ao longo dos anos. Bastou uni-la ao poder da leitura para o surgimento dos livros e das mais diversas transformações.
Durante o crescimento e a elaboração dos valores, várias pessoas tornam-se seres críticos, pensantes e com opinião própria. Na maioria são grandes as influências de narrativas nas quais embarcamos desde pequenos. Esse mundo ficcional, para Platão, afastava as pessoas da verdade, porém, para Aristóteles, apenas tornava mais compreensiva a realidade. Tangenciando as contradições podemos afirmar o quão imortal tornam-se as coisas ou nós mesmos ao término de uma dessas histórias.
Com o tempo, o acesso aos diferentes textos amplificou-se de maneira extraordinária. Em toda cidade é possível encontrar ao menos uma biblioteca. E no cotidiano, seu acervo mostrou como podemos ampliar o vocabulário e os conhecimentos.
Sim, “leitura, antes de mais nada, é estímulo” como disse Ruth Rocha. É exemplo para amplificar os cidadãos intelectualizados que “engrandecem a alma” por causa dela, como divulgou Voltaire. Tornar-se um leitor crítico transforma qualquer causa em consequência, ideia em realização, basta o empenho de cada um.
Filosoficamente a dedicação se dá pelo questionamento. E pela literatura, como retificou Clarice Lispector, “Enquanto tiver perguntas e não houver respostas, continue a escrever”. É pelo exercício desta habilidade que nos desenvolvemos da melhor maneira.
Assim, é visível um problema: a quantidade de pessoas que nem se interessa ou se preocupa com a escrita ou leitura. É gente sem “fome” de conhecimento por intermédio delas, que, para Carlos Drummond de Andrade, “são uma fonte inesgotável de prazer, mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede”. Não se deve radicalizar, somente permitir às crianças de hoje a leitura que muitas não tiveram antigamente. O importante é ser crítico e para essa liberdade, convém uma boa dose de escritas para se ler.




2 comentários:

  1. Adoro quando você escreve!

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    1. Que bom, obrigado... Continue acompanhando o blog, pois agora, a cada semana têm mais novidades.

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