terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O desafio humanitário e o preconceito nos olhos de quem vê


Pessoal, mais uma redação feita para a escola e que agora posso postar aqui... Espero que gostem!!!


O desafio humanitário e o preconceito nos olhos de quem vê

No decorrer dos anos o ser humano evolui, repensa valores, corrige erros e se depara com limites e dificuldades. Porém, com tanto tempo para melhorar as atitudes, observamos um desafio que cresce a cada dia. Sobre a convivência com as diferenças, sejam elas, sociais, sexuais ou étnicas. Num momento em que a busca pela liberdade e consciência é a prioridade. E como nos disse Augusto Cury, “O sonho da igualdade só cresce no terreno do respeito pelas diferenças”.
            Atualmente, cada um tem sua opção sexual, sua opinião e é influenciado diretamente pelos modismos, emoções e preconceitos. Esse último tem sua ligação aos “rótulos” impostos pela sociedade e é extremamente preocupante. Nesse mundo em que todos falam o que pensam e fortalecem os estereótipos, a genética da diferença é movida pela emoção e despreocupação com o outro, com o diferente e o limitado. Seja deficiente físico ou mental, homo ou heterossexual, rico ou pobre, todos devem ser respeitados.
            Outra observação acerca das desigualdades refere-se ao gênero, aos homens e às mulheres, que têm dificuldades na inserção igualitária no mercado de trabalho. É contraditor ir contra o feminismo numa época em que as raízes do machismo vão sumindo, mas a essência ainda prevalece. E não é convincente culpar a tecnologia ou as redes sociais pela falta de limites. Vemos muitos jovens que têm explosões de sentimentos e nem se preocupam com as pessoas atingidas ou mesmo com as consequências disso. Foi o que cantou a Legião Urbana: “Vem comigo procurar um lugar mais calmo/longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita”. 
            A necessidade de cultura e a ausência de convivência são assustadoras.  De quê adianta liderança se não existe respeito? Sem limites e com preconceitos, o desafio de integração entre diferentes torna-se impossível. Em vez de produzirmos vivências, ascendemos a impunidade.
            Habituar-se às tendências exige igualdade. Se não for agora, tentaremos novamente. Se for preciso batalhar, guerrearemos confiantes. O que importa é o respeito às diferenças.  Como poetizou Raul Seixas, “se é de batalhas que se vive a vida, tente outra vez”. Até que o desafio se complete e o “mito” da boa convivência torne-se real.
            Ser normal não é ser igual, é ser diferente e respeitado como tal.
            

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Tempo para amar, amar para o tempo

 ‎"Quando o tempo nos falta, a escrita está ao nosso lado, a música ao nosso alcance e a arte em nossos olhos. E assim é que devemos viver.... E assim é que devemos amar.... E assim é que devemos sonhar..."

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O espetáculo dos "Miseráveis"


       A arte mais que centenária de Vitor Hugo ressurge no pensamento de todos depois de mais de 12 anos sem ao menos uma reprodução em vídeo. O sucesso estrelado por Liam Neeson, Geoffrey Rush, Uma Thurman e Claire Danes em 1998 foi o último filme gravado antes de 2012. Na literatura de Vitor Hugo, a obra foi escrita em 5 volumes, cada qual explicando a relação entre os personagens e os conflitos desde a Guerra de Waterloo, explorando os paradigmas da Revolução Francesa no século XIX. Personagens como Jean Valjean, Fantine, Cosette e Javert tornam a trama espetacular e de valor intrigante fielmente agregado. Com tamanha fama imortalizada, acertar em cheio é dirigir um filme baseado nas obras de Vitor Hugo. E foi o que Tom Hooper fez. 
Para quem não se lembra, Tom Hooper foi o diretor do premiado O Discurso do Rei. Aquele filme em que o rei Jorge VI, representado por Colin Firth, tem dificuldades com seu discurso em meio à multidão e insegurança esta é vencida ao frequentar os encontros com seu fonoaudiólogo para reverter a situação de sua gagueira. Foi um filme maravilhoso que empresta este patamar para a ilustre filmagem de Os Miseráveis no tom de musical.
Seria difícil dirigir um filme como este sem ter elementos “surpresa”. E foi justamente o que vimos. A surpresa e inteligência ao gravar um filme unindo a essência do livro aos milhares de musicais já representados com a mesma história. O musical gravado cuja estreia, no Brasil, foi dia 1o de Fevereiro deste ano, causou impacto junto à gama de filmes cogitados para ganhar o Oscar de Melhor Filme. Entre eles temos: As Aventuras de Pi (o qual reservamos outro post), Lincoln (dirigido pelo ilustre Steven Spielberg), Indomável Sonhadora (com a atriz principal de 9 anos, Quvenzhané Wallis), A Hora Mais Escura (da diretora premiada com Guerra ao Terror), O Lado Bom da Vida, Argo (vendecor do Globo de Ouro de melhor filme de drama), Amor (com a atriz mais velha a ser indicada para o Oscar), Django Livre (deixando a marca Tarantino entre os concorrentes) e Os Miseráveis (ganhador de consideráveis 3 prêmios no Globo de Ouro. Melhor filme de comédia ou musical, melhor ator de comédia e musical e melhor atriz coadjuvante de comédia ou musical).
A originalidade de Os Miseráveis foi vista inicialmente no elenco, onde estão inseridos os mais ilustres atores. Dentre eles: Hugh Jackman, Russell Crowe, Anne Hathaway, Amanda Seyfried, Helena Bonham Carter, Sacha Baron Cohen, Eddie Redmayne e Samantha Barks.            
     Outro fator foi visto logo no início do filme, onde Jean Valjean (Hugh Jackman) puxa a embarcação junto aos outros prisioneiros. Para isto, o ator ficou 36 horas sem ingerir água. E não pelo falo de ganhar mais dinheiro e sim, por perfeccionismo pleno ao querer representar da melhor maneira possível o personagem e deixar isto muito bem visível a nós. Assim, ficou quase irreconhecível na cena. Posteriormente, conhecemos uma personagem, Fantine, a mulher que, ao perder o emprego, foi  “obrigada” a vender o cabelo, os dentes e o corpo para enviar a pequena quantia ganha ao casal que cuidava de sua filha, Cosette. Em seu papel, Anne Hathaway mostra um show de talento e representação ao cortar, verdadeiramente, os lindos cabelos. A cena que se seguiu foi ainda mais emocionante. A câmera ficou focada por quase 10 minutos (acho que é isso) na atriz que interpretou lindamente a tristeza de Fantine enquanto morria. Em meio ao choro, ela cantou da melhor maneira possível a música “I Dreamed A Dream” sem deixar o público cansado de ver sua representação mais que fiel. O olhar, a emoção transparecendo foi capaz de deixar o público ainda mais emocionado. Então, Fantine morre e deixa imensa saudade. A música interpretada recentemente por Susan Boyle mostrou de forma singular a tristeza e emoção da mãe que nunca viu a filha e morre. A mulher que é jovem, que sonhou e amou, que viveu um inferno. “Now life has killed the dream I dreamed” (Agora a vida matou o sonho que sonhei) foi a frase que encerrou o show apresentado pela atriz.
Depois de tamanha satisfação ao presenciar tamanho espetáculo, o público poderia esperar o abismo do musical. Mas da maneira contrária, observamos a condução da trama pelo confronto entre Jean Valjean e Javert. Este último sendo o personagem representado por um ator com impecável afinação vocal. Com seu tom grave, mostra como atuar lindamente em um musical.
Podemos destacar outros personagens como Cosette, quando cresce, e Marius. Ambos contracenaram também com Eponine e interpretaram muito bem diversos diálogos cantados e músicas. Destaque para um dos últimos “solos”, onde Marius sofre sozinho ao terminar a guerra e cantar chorando muito bem.
Já achando maravilhoso, o público pode observar a atuação cômica de doi personagens: Monsieur e Madame Thénardier, interpretados por Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter, famosa pela atuação na série Harry Potter e companheira fiel de Johnny Depp em diversos “longas”. A interpretação cômica deles e a rapidez nas cenas impressionou o telespectador.
O último destaque vai para as crianças que cantaram e interpretaram maravilhosamente bem o filme. São elas Cosette e Gavroche. Este último tem interpretação impecável também ao ser retratada sua morte. Com sua imagem centrada na tela, leva dois tiros no peito assistidos integralmente pelo público. Desde o disparo até a queda do garoto e o sangue, a cena fica totalmente focada nele, sem chances para efeitos especiais ou mesmo ajustes de cena. Simplesmente único.
Os Miseráveis é um filme completo para ganhar a estatueta, já que nesta, está concorrendo diretamente com os outros filmes (Dramas e musical juntos), inclusive com Argo, portanto é difícil imaginar o privilegiado do Oscar 2013. Com 100% musical, ou seja, todas as falas cantadas, choveram críticas ao filme pelo cansaço de duas horas e meia. O que, a meu ver, não cansou nada, pois da forma como o telespectador se envolve na trama e nas canções fica impossível se distrair. Somente para os que não gostam do gênero: musical isso é verdade. Mas aí vai de cada um decidir o filme que gosta e vai assistir. E sem comparações foi a ideia de cantar ao vivo durante as gravações. Isto proporcionou vida aos personagens e a possibilidade de cenas centradas na expressão e na face do ator/personagem.
Agora só nos resta ficar atento ao resultado e assistir de camarote ao Oscar 2013, dia 24 de fevereiro. Além de assistir no cinema aos outros concorrentes.



   Abaixo o trailer do filme:




Abaixo a Impecável canção "I Dreamed A Dream" na voz de Anne Hathaway:





    Interpretação de "On My Own" por  Samantha Barks aqui, do garoto Gavroche aqui e de Cosette, Marius e Eponine aqui.




   Imagem de Fantine, deste link.

   Espero que tenham gostado do post e acompanhem outros dos filmes indicados ao Oscar...