quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Nice e a vida - Capítulo II - Parte cinco


As semanas corriam e já se passara mais de três meses. Percebi uma repentina mudança em seu comportamento. O medo em seu olhar era cada vez mais presente. Seus poemas tornavam-se menos “entrelaçantes”. Seu sorriso desatava a cada pessoa que passava despercebida, o que nunca antes acontecera. As conversas ficaram mais rápidas e sucintas. O amor era derretido e a cada instante uma nova gota desperdiçada se perdia no mar de lágrimas provenientes de mim. Todas as noites mal dormidas foram transformadas em noites de tormenta e choro, muita lágrima derramada. Muita falta de pensamento. Eu não sabia o que acontecera. A situação, a cada momento, ficava mais fora de alcance.
Foi quando, em um dia, antes de chegar à biblioteca, nosso local de encontro fora substituído por um corredor. Aquele corredor. Onde ele singelamente me disse que precisava retomar as escritas, que eu sabia por que ele estava ali. Mas eu não sabia. Não tinha a mínima ideia. E ainda afirmou que achavam que o estavam perseguindo e procurando, e não devia deixar as escritas e reflexões em perigo.

Continua na próxima semana... 

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