terça-feira, 7 de agosto de 2012

Entrevista com um Jô!

   Nesta postagem uma entrevista bem especial.... É com meu professor de inglês, o Jô, da escola onde estudo atualmente... Desde o começo do ano tive essa ideia de fazer uma entrevista com ele. As reflexões e discussões durante as aulas, vinculadas aos temas apresentados era o que aumentava a vontade de concluir a entrevista.... Foi aí que enviei as perguntas, sobre a vida, o emprego, a aula, que agora estão aqui!!!
   Espero que gostem e apreciem!!! Só tenho a agradecer ao Jô pela entrevista!


Entrevista:




1 – Como surgiu seu interesse por essa área de “línguas” em que trabalha?

Jô - Quando completei 13 anos minha mãe resolveu me colocar num curso de inglês a ser pago com muito sacrifício, primeiro porque naquela época não havia tantas escolas de inglês e segundo porque minha família não tinha muitos recursos. Estudei durante três anos completando o curso. A escola me ofereceu para fazer um curso de conversação e minha mãe concordou em pagar por ele.
Quero deixar claro aqui que sempre gostei de inglês e para mim foi fácil. Quando terminei o curso a escola em que eu estudava (FISK) me convidou para dar aulas de reposição. Dei-me bem nisso e no semestre seguinte eu já tinha minhas turmas, muitas delas compostas de pessoas bem mais velhas do que eu mas tudo transcorreu como o desejado.
Quando chegou a hora de fazer vestibular acabei por optar por Publicidade e Propaganda. Completei o curso na PUCC e depois fui para São Paulo para trabalhar na área de produção de eventos, mas nunca deixei de dar aulas, entende? Em São Paulo tive uma experiência muito boa dando aulas de Português para Estrangeiros.

2 – O que te impulsionou a ser guia de agência de turismo? Você já imaginava que seria?

            Jô - Pois é, o mais incrível é que o curso de Propaganda que fiz se enquadra na área de Comunicação Social e uma das opções nessa área é o Turismo. Mas até então eu não dava importância para isso.
            Alguns anos depois uma grande amiga minha passou a trabalhar como Guia de Turismo na Disneyworld para uma empresa muito famosa na época: Dimensão Turismo.
Fiz uma entrevista e fui aprovado em quase todos os sentidos, exceto pelo fato de que eu nunca havia estado na Disney. Como diziam os antigos: enfiei minha viola no saco e voltei para casa.
No ano seguinte, um empresário que já havia morado em São Carlos e para o qual eu já havia feito trabalhos leves para a agência de viagens dele, decidiu abrir uma operadora de turismo e resolveu me convidar para ser guia. Quase enfartei de felicidade e graças a ele acabei indo para a Disney sem conhecer mesmo, mas com a certeza de que lá eu teria um treinamento a ser dado pela equipe dele, o que ocorreu de forma muito legal.
Porém a operadora dele funcionou apenas naquele ano. Foi quando solicitei uma outra entrevista na Dimensão Turismo e que me foi concedida. Lá conversei com uma das donas da empresa, por sinal uma senhora muito educada e que entendeu meu argumento: “Agora eu já conheço a Disney.” Ela então acreditou em mim,(o que agradeço muito até hoje) e trabalhei para eles nos anos de 96, 97 e 98.
            No entanto creio que em 98 houve uma série de problemas na economia brasileira, o dólar subiu em escala absurda e até as grandes operadoras foram à bancarrota. Adivinha o que aconteceu? Perdi meu emprego de Guia de Turismo.
Tal situação durou até 2006. O empresário que eu mencionei anteriormente tem duas filhas e uma delas havia sido minha aluna em São Carlos e havia me localizado no ORKUT. Ele estava morando em São Paulo e trabalhando para a CVC Viagens (onde ainda trabalha). Ele estava organizando o Departamento Flórida e resolveu localizar guias antigos que haviam trabalhado com ele. Fui convidado, aceitei e estou muito feliz por trabalhar com eles há 6 anos. Em função das minhas aulas trabalho apenas em época de temporada, mas também tive a oportunidade de ampliar meus horizontes para Nova Iorque e Las Vegas.

3 – Qual uma frase que te motive ou que você ache importante para uma reflexão?
           
Jô - Antes de deixar minha frase quero esclarecer que ao usar o temo espíritos me refiro ao ser interior que todos nós levamos conosco e não apenas a seu significado quando aparece em Espiritismo ou Espiritualismo.

Minha frase é:

Os espíritos são semelhantes aos paraquedas: só funcionam quando abertos.


4 – Agora, sobre a vida. Como você a vê?

            Jô - Procuro ver a vida como um aprendiz. Ao deixarmos esse mundo não levaremos nada de material, apenas nossas emoções e lembranças, e isso me basta.

5 – De que maneira você ultrapassa os obstáculos nela encontrados?

          Jô -  Sou Espírita desde a minha mais tenra infância. Sempre aprendi que aprendemos pelo amor e pela dor. Faço minhas preces, converso francamente com Deus e com meus parceiros do lado de lá que sempre iluminam meu caminho. Mas ainda tenho tantas imperfeições!!!


6 – Como é sua relação com a religião, com um lado mais espiritual?

          Jô -  Continuando o que foi dito na resposta anterior, não que eu seja estoico, mas acho que nada nos acontece por acaso. Minhas experiências, boas ou ruins, são minhas porque eu tenho a aprender com elas. A palavra Religião vem do verbo RELIGAR, ou seja, contato constante entre Criador e Criatura. Mas ultimamente tenho tido leituras muito frutíferas sobre a visão de Religião na Índia. Depois disso parei de ver Deus como algo externo a mim. Eu sou Deus assim como tudo o que existe também o é.



7 – Você lida facilmente com as múltiplas possibilidades que ela nos oferece?

          Jô -  Sou Sagitariano e sendo assim não piso em ovos. Porém às vezes acho que essa postura me leva a perder certas possibilidades na vida. Mas procuro abraçar tudo o que é bom e me afastar do que se me apresenta com o possível lado negro do egoísmo.

8 – Como é sua relação com o aluno?

          Jô -  Amo meus alunos. Aprendo mais com eles do que eles comigo. O fato deles talvez não terem consciência disso torna nossa relação mais inocente, mais pura. Claro que tenho problemas e sei que não sou gostado 100% mas isso faz com que eu me sinta normal. Mas sempre vejo os conflitos professor-aluno como transitórios. Depois de um tempo eles crescem como pessoa e eu também, e muitas vezes passam a frequentar minha casa, tornam-se meus amigos e isso me dá muita alegria.

9 – O que você espera que aprendam, fora a matéria já programada? Alguma lição para a vida?

          Jô -  Esperam que aprendam sobre o otimismo. A meu ver todo professor deve passar a seus alunos uma mensagem de otimismo e reflexão. Sei que sendo lido agora posso passar por piegas mas acredito que devemos sempre rir com a vida. Para chorarmos ela mesma já nos reserva certos momentos, como a perda de entes queridos, por exemplo.

10 – Você acredita em coincidência? Ou em destino?

Jô - Essas duas palavras se confundem, se entrelaçam, não sei. E também me assustam pela força que carregam. Procuro sempre buscar algo de bom nas situações; acho que se ficarmos parados pensando se um tal evento da nossa vida é coincidência ou destino desperdiçamos um tempo que poderia ser usado para desfrutar o momento verdadeiramente, entende?

11 – Qual sua filosofia de vida?

          Jô - Ser grato, como sou grato a você nesse momento por me propiciar olhar para mim mesmo com sinceridade e compreensão.


12 – O que você esperava desta entrevista? Qual sua ideia dela antes de lê-la?

           Jô - Sem querer puxar seu saco Guilherme, eu esperava cumprir o que você esperava de mim nas minhas respostas. Você é um garoto muuuuuuuuuuuuuuito gente boa, educado, enfim não é fácil contentar uma pessoa como você.
            E mais uma vez muito obrigado mesmo pela oportunidade de aparecer no seu blog. É uma honra para mim.


Muito Obrigado!!!



2 comentários:

  1. Muito boa entrevista, Gui!!! Perguntas interessantes que nos fazem tb refletir! Bjs.

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