As semanas corriam e já se passara mais de
três meses. Percebi uma repentina mudança em seu comportamento. O medo em seu
olhar era cada vez mais presente. Seus poemas tornavam-se menos
“entrelaçantes”. Seu sorriso desatava a cada pessoa que passava despercebida, o
que nunca antes acontecera. As conversas ficaram mais rápidas e sucintas. O
amor era derretido e a cada instante uma nova gota desperdiçada se perdia no
mar de lágrimas provenientes de mim. Todas as noites mal dormidas foram
transformadas em noites de tormenta e choro, muita lágrima derramada. Muita
falta de pensamento. Eu não sabia o que acontecera. A situação, a cada momento,
ficava mais fora de alcance.
Foi quando, em um
dia, antes de chegar à biblioteca, nosso local de encontro fora substituído por
um corredor. Aquele corredor. Onde ele singelamente me disse que precisava
retomar as escritas, que eu sabia por que ele estava ali. Mas eu não sabia. Não
tinha a mínima ideia. E ainda afirmou que achavam que o estavam perseguindo e
procurando, e não devia deixar as escritas e reflexões em perigo.
Continua na próxima semana...
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