II.
O início de um encontro
Eu recentemente havia me mudado para aquela
cidade. Depois da morte de meu pai, eu e minha mãe não tivemos outra opção. Ela
foi á procura de um emprego e eu de dar continuidade ao último ano de minha
formação estudantil antes da faculdade. Foram tempos muito difíceis. Ao
encontrar emprego, minha mãe tornou-se ainda menos presente e eu passava mais
tempo na escola, do que em minha própria casa. Era tudo diferente pra mim,
novos amigos, nova turma, nova escola. E em meio ao caos só não pude deixar de
notar um garoto um tanto quanto diferente. Nunca tinha falado com ele
diretamente. Muito menos lembrava seu nome. Aí que mais me culpo.
Cada dia que se passava minha curiosidade em
descobrir quem era este garoto só aumentava. Mas evitei me aproximar, não
queria que ninguém percebesse, ou que isso, de alguma forma, pudesse fazê-lo se
afastar. Durante muito tempo o segui. Só que de nada adiantou, ele mudou de
escola e temi que a culpa disso fosse minha. Para completar, minha vida já
estava muito turbulenta. Com minha mãe doente nada me adiantou fazer. Foi o
mesmo que esperar sentado o recibo de morte confirmada. A doença já estava
grave e os recursos para o tratamento eram razoavelmente escassos. Ela morreu.
E as lágrimas despejadas serviram simplesmente para confirmar o preço do
túmulo. Eu estava sozinha novamente, como nos longos períodos que passava na
escola. Sozinha, deveria trilhar meus caminhos em busca de um rumo para minha
vida. O turbilhão já havia sumido. E o garoto também.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Esboços