quinta-feira, 30 de maio de 2013

Nice e a vida - Capítulo III - Parte seis

Um novo dia  se iniciava e uma imensa clareia abriu-se em minha mente. O que seria de nós, nas mãos daqueles doidos que perseguiam meu querido poeta? Era uma pergunta que não tinha resposta. Bastou-nos tomar um café e ir atrás de informações. Então ocorreu o que menos esperávamos. Chegando ao antigo saguão do hotel colonial onde havíamos ficado, um tiroteio nos amedrontou. Eram visíveis as balas atravessando vasos, quadro, pessoas e crianças. O medo em nossos olhos e nos olhos de todos era extremamente visível. Saímos correndo, mas fomos surpreendidos por uma armadilha. Eu acabara de me separar do poeta. Uns sujeitos vestidos de preto levaram-no de mim e eu fora pra longe dele. Outros homens me seguraram. O acetinado de suas roupas mostrava-me a classe com que bolaram a enrascada. Nossas vidas estavam sendo vigiadas há tempos. Eu temia tudo e todos. As cordas passadas em minha volta não me deixavam mexer sequer um músculo, o pano em minha boca amordaçava-me e, ao jogarem-me dentro de um carro, bati a cabeça em uma caixa metálica e reluzente ao meu lado, desmaiando. 

Continua na próxima semana, com o capítulo IV...

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