Um novo dia se iniciava e
uma imensa clareia abriu-se em minha mente. O que seria de nós, nas mãos
daqueles doidos que perseguiam meu querido poeta? Era uma pergunta
que não tinha resposta. Bastou-nos tomar um café e ir atrás de informações.
Então ocorreu o que menos esperávamos. Chegando ao antigo saguão do hotel
colonial onde havíamos ficado, um tiroteio nos amedrontou. Eram visíveis as
balas atravessando vasos, quadro, pessoas e crianças. O medo em nossos olhos e
nos olhos de todos era extremamente visível. Saímos correndo, mas fomos
surpreendidos por uma armadilha. Eu acabara de me separar do poeta. Uns
sujeitos vestidos de preto levaram-no de mim e eu fora pra longe dele. Outros
homens me seguraram. O acetinado de suas roupas mostrava-me a classe com que
bolaram a enrascada. Nossas vidas estavam sendo vigiadas há tempos. Eu temia
tudo e todos. As cordas passadas em minha volta não me deixavam mexer sequer um
músculo, o pano em minha boca amordaçava-me e, ao jogarem-me dentro de um
carro, bati a cabeça em uma caixa metálica e reluzente ao meu lado, desmaiando.
Continua na próxima semana, com o capítulo IV...
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